A Relação Inversa do DÓLAR e as COMMODITIES

Entender Porque o Dólar e as Commodities se Movem em Direções Opostas é Fundamental

O dólar e as commodities se movem em direções opostas, o que a gente chama no mercado de correlação negativa. Nesse artigo vamos entender melhor essa relação inversa do dólar e commodities, e a minha referência é o John Murphy, do livro ‘Operando com análise intermercados’. 

Resumindo, o John Murphy explica que todos os mercados são de alguma forma relacionados, então a gente deve operar um mercado sempre de olho em outros mercados que tenham relação com ele. Por exemplo, quem opera mini-índice futuro, olha o mini-dólar futuro. 

E no caso das commodities e do dólar, são mercados que possuem, nas palavras do John Murphy, “uma das relações intermercados mais consistentes e confiáveis” (1º parágrafo, página 135), e é por isso que a gente vai explorar melhor essa relação inversa.

Operando com Análise Intermercados (1986), de John Murphy

Como Entender Correlações

Uma correlação entre dois mercados pode ser positiva ou negativa. A correlação positiva é quando esses dois mercados se movem na mesma direção, na maior parte do tempo. Por exemplo, a bolsa americana está subindo, geralmente a bolsa brasileira vai subir junto, a não ser que uma questão interna do país quebre momentaneamente essa correlação. 

Mas tendem a se mover juntos, portanto com correlação positiva. No caso da correlação negativa, são dois mercados que se movem em direções opostas, que é o caso do dólar e das commodities.

Ao longo da década inflacionária de 1970, a queda do dólar contribuiu para um grande aumento nos preços das commodities. Entre 1970 e 1990, todas as mudanças importantes nos preços das commodities foram precedidas ou coincidiram com uma virada do dólar americano na direção oposta. 

Gráfico do dólar-índice com as Commodities indo na direção contrária em 2002
O boom das commodities de 2002 mostra como o dólar cai quando as commodities estão em alta

Sempre Observe os 2 Mercados

E o que significa isso para você que quer investir ou fazer day trade, swing trade? Isso significa que, já que esses dois mercados estão intimamente ligados, então eles devem ser analisados em conjunto. Vai operar commodity?

Tem que olhar o dólar na outra tela, ou divide a tela ao meio, ou plota um gráfico por cima do outro que eu já vou mostrar aqui pra vocês. O ponto é um olho no peixe, outro no gato. O autor desse livro chega a dizer que é um erro analisar um sem o outro.

Qualquer commodity, exceto o ouro, devemos analisar de olho no dólar. E aí você pergunta: “por que o ouro não?” A explicação está no capítulo 11: 

“O ouro nem sempre age como outras commodities por causa do seu papel adicional como moeda alternativa. O ouro não é apenas a commodity mais forte do mundo. É também a moeda mais forte do mundo”.
Barras de ouro sobre notas de dólar
O ouro nem sempre age como as outras commodities devido ao seu papel de moeda alternativa

O Dólar como Leading ou Legging Indicator

Se liga nesse gráfico, o gráfico de candlestick é o dólar, e a linha laranja é o índice de commodities, o CRB. Percebe as bocas de jacaré que abrem, aqui primeiro de setembro de 2014.

Olha só essa frase na página 136: “o dólar muitas vezes muda de direção antes das commodities e, quando isso acontece, torna-se um valioso indicador de que os preços das commodities devem mudar de direção”. Nessas situações, o dólar funcionou como um leading indicator, que é quando ele antecede, porque tem os legging indicators, que são indicadores atrasados, tipo médias móveis.

Um rápido recado, investimentos de longo prazo ou day trade, swing trade, a gente faz pelo BTG Pactual, parceiro aqui do canal, então quando terminar de ler, faça seu cadastro no BTG.

Gráfico do dólar-índice com as Commodities indo na direção contrária
Você pode verificar a relação inversa entre o dólar e as commodities no gráfico do índice-dólar

Na Prática: O Boom das Commodities de 2002

Agora, vamos ver aquele boom das commodities a partir de 2002 aqui no gráfico. 

Essa relação inversa do dolár e das commodities está ligada primeiro às leis de oferta e demanda. E a gente tem que entender que algumas commodities que compõem esse índice CRB em laranja, tipo petróleo e cobre, estão “intimamente ligadas ao dinamismo da economia”, nas palavras do próprio Jonh Murphy.

Então se essas commodities tão importantes para a economia, como petróleo e cobre, estão caindo, isso revela um enfraquecimento da economia global. Você vai ver inclusive ações caindo junto, e o dólar subindo, mas aí eu vou recomendar ler meu artigo “15 dicas do John Murphy”, onde eu explico a questão da virada de direção do mercado de ações e de commodities, já que um muda de direção geralmente alguns meses antes do outro.

 

Confere o vídeo que eu fiz sobre Dólar x Commodities:

 

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