Dando a sequência a nossa playlist de commodities, hoje vamos falar do trigo um mercado de quase 200 bilhões de dólares, a segunda planta mais cultivada do mundo, depois do milho.
Milho, trigo e arroz respondem por ⅔ das calorias que consumimos. Cada pessoa no mundo ingere mais de 65 kg de trigo por ano. Então se você gosta de pão, pizza, ou de ganhar dinheiro, fica até o final pra saber tudo sobre esse mercado.
O Cultivo da Civilização
O Trigo foi uma das primeiras plantas a ser cultivada pela humanidade, e possibilitou os primeiros assentamentos humanos há 10 mil anos atrás no Crescente Fértil. Até hoje, 2,5 bilhões de pessoas o consomem diariamente.
São 800 milhões de toneladas de trigo produzidas por ano. ⅔ pra alimentação humana, 20% pra alimentar os animais e outros 14% para uso industrial, na produção de papel e biocombustíveis, cápsulas de remédio feitas do amido e cremes para a pele do gérmen do trigo. Então quase 70% do trigo é usado pra nossa alimentação, diferente do milho, em que só 10% tem esse fim. Os alimentos que vem do trigo são ainda mais importantes nos países em desenvolvimento.
Os Maiores Produtores de Trigo
O sucesso do trigo vem dessa versatilidade do uso e da facilidade de cultivo, ocupando hoje uma área de 500 milhões de acres, ou 2 milhões de km² dedicados ao cultivo do trigo. Os maiores produtores do mundo são a União Europeia, China e Índia, seguidos de Rússia e Estados Unidos, sendo que os asiáticos são tão populosos que também precisam importar trigo. A China é o 3º maior importador, depois de Egito e Turquia, e antes de Indonésia e Itália, todos com uma cultura gastronômica de pães e massas.
O trigo é um dos poucos produtos agrícolas em que o Brasil não está entre os grandes exportadores, e na verdade, é o nono país que mais importa trigo no mundo, são 5 milhões de toneladas vindo da Argentina todo ano. Isso porque o trigo prefere crescer entre 15 e 20ºC.
Os Maiores Riscos do Mercado de Trigo
Como o trigo é uma commodity agrícola, um grande fator de risco são condições climáticas, como secas, inundações e geadas, que afetam a produtividade da colheita. Também políticas de governo, como subsídios e tarifas, e o preço do dólar, que quanto mais alto, mais encarece os insumos e o próprio trigo. Além da dinâmica de oferta e demanda: por exemplo, tem subido a procura pela weissbier, a cerveja de trigo.
Investir em Trigo: Ações
O trigo como commodity agrícola pode ser um refúgio em tempos de incerteza econômica, uma forma de diversificar sua carteira e especular com o preço de um grão necessário. Isso não é uma recomendação de investimento. As maiores empresas de processamento e comércio de trigo são a chinesa COFCO, presente em mais de 160 países, e as americanas Archer-Daniels-Midland (ADM), Bunge (BG) e a Cargill, mas essa última tem o capital fechado você não consegue negociar no mercado financeiro.
Investir em Trigo: ETFs
Além de ações, você pode investir em ETFs, como o WEAT, um ETF que segue o preço dos contratos futuros de trigo, ou o WEET, da iPath, que acompanha o preço do trigo na Bloomberg, ou o DBA, da Invesco, que replica o desempenho de uma cesta de commodities que inclui o trigo.
Também é possível negociar diretamente o preço do trigo através de derivativos, que eu vou mostrar agora, mas é uma motora te conferir a regulação do seu país, temos pessoas do mundo inteiro lendo esse artigo, o que vale pra um pode não valer pro outro.
Dá uma olhada no vídeo em que eu analiso o gráfico de preço do trigo: