Os ativos em que a gente investe ou faz trade são produtos financeiros, mas representam bens concretos do mundo real, por isso os preços deles se movem conforme desastres naturais, guerras e risco geopolítico.
O maior exemplo disso é o mercado de Petróleo. Fortunas foram criadas e perdidas conforme tempestades atingem as rotas globais de Petróleo.
O Estreito de Hormuz, localizado entre Omã e Irã, conecta o Golfo Pérsico com o Golfo de Omã e o Mar Arábico, e é considerado o maior gargalo, ou ponto de estrangulamento, do comércio internacional, já que ⅓ do Petróleo transportado por vias marítimas no mundo passa por ali.
1/5 do petróleo global passa pelo Estreito
O Estreito faz jus ao nome: em seu menor ponto, tem menos de 40km de largura. Em 2023, o fluxo médio de petróleo no Estreito de Hormuz foi de 21 milhões de barris por dia (b/d), ou 21% do consumo global de petróleo líquido.
Existem outros gargalos importantes no comércio mundial, como o Estreito de Málaga, na Ásia, e o de Suez, no Egito, mas nenhum é tão incontornável quanto o Estreito de Hormuz.
A incapacidade do petróleo transitar por ali, mesmo que temporariamente, causaria grandes atrasos no fornecimento e aumentaria os custos de transporte e energia por todo o globo.
Apesar de 80% do petróleo que passa por ali ter como destino países asiáticos, como China, Índia, Japão e Coréia, a inflação seria pressionada por todo lado caso os navios com produtos chineses não pudessem deixar os portos por falta de combustível.
O comércio como arma de pressão
Esse risco existe e é antropogênico, de origem humana: um dos maiores produtores de petróleo do mundo e uma potência regional do Oriente Médio, o Irã, há várias décadas ameaça bloquear a passagem do Estreito de Hormuz.
Numa pesquisa rápida no YouTube, você vai ver notícia de 12 anos atrás, de 5 anos, ou de 2 semanas. [filmar tela de pesquisa por ‘Estreito de Hormuz’ no YouTube]
Essa tem sido uma carta na manga do regime iraniano, que dificilmente conseguiria sustentar um longo bloqueio, já que o próprio país depende de importação de alimento pelo Estreito, e haveria muita pressão dos países que escoam o petróleo por ali, como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuwait e Qatar, fora os clientes asiáticos.
Riscos e retornos geopolíticos
Como investidor e trader a gente tem que entender os riscos e oportunidades em diferentes cenários. Num caso como esse, haveria volatilidade nas Bolsas, o que é benéfico para o trader, em especial em ações e ETFs de petróleo, de energia e de transporte marítimo, e ativos de proteção contra a inflação, como o ouro e títulos.
Claro que isso não é recomendação de investimento, só uma conjectura de riscos do tipo ‘geopolítico’, em especial da maior commodity do mundo, que é o Petróleo. Tem artigo só sobre esse mercado, que vale 2 trilhões de dólares por ano, de um PIB mundial de 88 trilhões.
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